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sábado, 5 de setembro de 2015

A REDUÇÃO DA VELOCIDADE E A SUPOSTA MELHORA NO TRÂNSITO DA MARGINAL

Eu vi a experiência dos grãos de arroz, que provaria, supostamente, a teoria de que a redução da velocidade nas marginais diminuiria o trânsito e melhoraria a fluidez dos carros. Confessor que, em um primeiro momento, eu concordei.

A experiência consiste em jogar grãos de arroz por um funil. Quando o pote dos grãos é virado de uma vez, os grãos caem quase todos juntos, o que, obviamente, dificulta a passagem pelo funil. Depois, outra pessoa vira o pode de grãos aos poucos, diminuindo a quantidade de grãos que caem ao mesmo tempo, melhorando, assim, a passagem pelo funil. Faz sentido.

Mas por que faz sentido? 

Ora, a fluidez melhora não porque houve diminuição da velocidade da queda dos grãos (não há nada ali que limite a velocidade), mas porque houve uma limitação da quantidade de grãos caindo simultaneamente. Se houve mesmo uma melhora no tráfego nas marginais (não andei por lá depois da diminuição), como afirma a CET, essa pode ser a explicação. Com o limite reduzido, os motoristas optam pelo deslocamento em outras vias, com velocidades limitadas a 60km/h, diminuindo a quantidade de veículos.

Eu não sou cientista, muito menos especialista em trânsito, e a minha teoria pode muito bem estar furada. Mas a experiência com grãos de arroz não me convenceu. Se eu estiver certo, a redução da velocidade só ajudou porque diminuiu a quantidade de carros. Isso, claro, partindo do princípio de que houve mesmo uma melhora, o que muita gente não concorda. Porém, caso tenha ocorrido uma diminuição da quantidade de automóveis nas marginais, é possível que tenha ocorrido um aumento no volume do tráfego em outras vias. E sobre isso, até agora, não vi ninguém falando.

Mas tudo me parece lógico: antes da redução, durante a madrugada, conseguíamos atingir o limite máximo permitido na via. No horário de pico, não. Em qual momento havia mais carros em circulação? E em qual momento havia redução de velocidade? Pois bem, a velocidade máxima era a mesma nos dois horários e o que mudava era a quantidade de carros.

Podemos notar isso nas estradas: nas ocasiões em que  muitas famílias viajam, o trânsito piora. Em outros momentos, flui perfeitamente. De novo, o que acontece é a mudança na quantidade e não na velocidade.

Por isso, acredito, que uma mudança no planejamento da cidade e uma melhora do trasporte público (que não se faz apenas com faixas para ônibus), funcionaria melhor do que limitação de velocidade.

Segue o vídeo da experiência (em inglês):



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